Acordei aos poucos sentindo a luz do sol batendo em meu rosto. Não abri os olhos de imediato, me espreguiçando na cama, mas sem fazer muito movimento.
Escondi meu rosto sob o travesseiro e abri um pouco os olhos pra ir me acostumando aos poucos com a claridade. Sentia o edredom sobre meu quadril deixando meu peito nu de fora. Estava calor e eu aproveitava a pouca brisa que entrava pela janela meio aberta.
Me virei na cama a fim de levantar e senti um braço me puxando enquanto o edredom escorregou para o lado.
Eu estava pelado...
Desde quando eu durmo pelado...?
Olhei pro lado e pude distinguir o rosto de Sasuke.
Mas o quê...?
Foi então que tive flashes da noite anterior.
Esfreguei as mãos em meus fios bagunçados. Como eu podia ter feito aquilo...?
Levantei-me lentamente. Não queria acordar o Sasuke pra poder pensar um pouco.
Saí do quarto e passei pela sala indo direto pra varanda. Lá fiquei apoiado na grade olhando pra rua movimentada de pessoas indo para seus trabalhos e algumas crianças indo pras escolas.
Fiquei lembrando-me de tudo que tinha acontecido. Eu não sou gay, mas... Aquilo, de qualquer forma foi muito bom.
Estava distraído em devaneios quando senti braços me envolverem. Afastei-me automaticamente, olhei em sua direção e depois voltei a olhar pra rua.
- O que aconteceu? – perguntou num tom preocupado.
Respirei fundo e por fim respondi:
- Não devíamos ter feito aquilo.
- Ah, entendi. – disse com escárnio - Se arrependeu não é?
Bufei - Não é que eu tenha me arrependido... – expliquei – Só acho que não é certo dois homens juntos...
- Por que não? Não foi isso que demonstrou enquanto transava comigo.
Fiquei quieto. Eu realmente gostei daquilo, mas ainda sim sentia que não era certo. Se fosse, por que Deus teria criado o homem e a mulher?
Senti seus braços me envolverem novamente e dessa vez não me afastei. Estava confuso demais pra argumentar qualquer coisa.
- Se fosse errado por que Deus teria criado o amor? – sussurrou em meu ouvido – Não me diga o que é certo ou errado baseado nas leis dos homens. Quem garante que Deus pensa assim? Sempre pensei assim, por isso vivo a vida do jeito que quero. Do jeito que acredito que serei mais feliz. – terminou e apertou seu abraço.
Mesmo ainda achando aquilo errado, queria acreditar que ele estava certo. Mas agora... O que farei de minha vida? Virei bissexual da noite pro dia?
- Imagino que não vá acreditar em mim, mas... Por mais que você discuta comigo, ou queira me bater... Eu amo você. – disse ele e senti meu corpo gelar e meu coração estava acelerado. Eu estava ouvindo direito? Ele estava se declarando pra mim? Beijou meu rosto e virou meu rosto para fitá-lo – Me deixa tentar te conquistar?
Não conseguia falar nada, ainda estava paralisado e esse pedido me fez perder os sentidos por alguns instantes, mas logo me recuperei abaixando a cabeça e pensando um pouco. Sempre brigamos desde que nos conhecemos e agora ele quer uma chance pra poder me amar...
Olhei pra ele novamente e assenti, e o que veio depois me deixou desconcertado por ver aquele sorriso tão radiante, e depois me beijou de um jeito tão apaixonado que senti que não precisaria de muito pra ele conseguir me conquistar.
Ele separou nossos lábios ainda sorrindo, colou nossas testas enquanto arfávamos, e depois começou a me puxar pra dentro.
- Vem. Vamos tomar um banho juntos. Está calor.
Assenti novamente deixando-me ser puxado. Ainda não conseguia falar nada. Por mais que eu quisesse nenhuma palavra ou reação vinha em minha mente. Mas de qualquer forma eu me sentia bem por estar com ele.
Quando chegamos no banheiro ele começou a me despir lentamente e eu apenas o ajudava erguendo os braços ou as pernas. Depois ele estendeu os braços e sorriu pra mim.
- Agora a sua vez.
Sorri pra ele e comecei a tirar suas roupas também já me soltando um pouco mais. Talvez não fosse tão ruim assim, sem falar que transar com ele foi muito bom...
Assim que terminei, ele ligou a torneira pra encher a banheira e voltou pra me abraçar e me beijar. Era bom sentir seus lábios sobre os meus, nossas línguas se roçando e nossa respiração pesada.
Pra mim beijo era tudo igual, mas a boca de Sasuke me deixava sempre querendo mais.
Quando a banheira estava cheia o suficiente ele foi fechar a torneira e depois entrou me chamando também. Entrei nela e fiquei sentado de frente pra ele. Não fez nada, acredito que estava esperando que eu fizesse alguma coisa. E aquele clima estava ficando muito chato então resolvi me mexer um pouco. Eu devia mesmo fazer algo. Avancei em sua direção tomando seus lábios em mais um beijo, mas desta vez fui mais ousado e sentei-me em seu colo envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço sem parar de beijá-lo enquanto colocava uma perna de cada lado de seu quadril.
Ficamos nesta posição por algum tempo - parando os beijos por falta de ar, mas logo recomeçávamos novamente - até sentir suas mãos passeando pelo meu corpo e parando em minha bunda...
Comecei a rebolar esfregando nossos membros e sentindo o dele já ereto. Meu corpo esquentava e eu me movia para frente e para trás pra provocá-lo, e parece que estava conseguindo.
- Você está me provocando... – ele disse rouco sorrindo safado.
- Eu sei. – respondi arfando mais rouco ainda sem parar os movimentos.
Ele posicionou seu dedo em minha entrada e introduziu-o lentamente fazendo-me gemer um pouco de dor, mas não parei de me mexer. Inseriu mais um dedo e o desconforto foi um pouco maior, mas continuei me movendo, minha respiração ainda mais acelerada, até que ele inseriu o terceiro dedo. Agora já não conseguia ignorar a dor completamente e acabei por reclamar.
Com sua outra mão ele começou a me masturbar para disfarçar com o prazer, o que não demorou muito pra conseguir. Tirou seus dedos de meu interior e encaixou a cabeça de seu membro na entrada. Ergui meu corpo, mas ele segurou minha cintura e me puxou de volta. Eu estava um pouco tenso com isso.
Fui sentando lentamente em seu membro gemendo de dor. Aquilo parecia querer me romper por dentro. Não estava tão doloroso quanto ontem, mas doía de qualquer jeito.
Assim que ele entrou por inteiro apoiei minha cabeça em seu ombro e fiquei arfando tentando me acostumar com a dor, até que esta foi amenizando e tomei iniciativa erguendo meu quadril e sentando novamente com força.
- Huummm... – gemi de dor. Talvez eu não devesse ter feito isso logo de primeira...
- Fique calmo. – sussurrou em meu ouvido – Não precisa ter pressa.
Confirmei com a cabeça, mas tentei de novo subindo e descendo em seu colo calmamente evitando de dar trancos mais fortes.
Com o tempo esqueci a dor e me ocupei com o prazer. Beijei o pescoço de Sasuke dando algumas mordidas as vezes. Contornava e apertava seu corpo com as mãos, decorando cada parte. Ora apertando, ora arranhando, ora acariciando.
O barulho da água caído pra fora da banheira e as minhas batidas nela enquanto chocava meu corpo contra o seu eram os únicos sons que se ouvia entre nossos gritos de prazer. Ele segurou em minha cintura e me ajudou com os movimentos dando trancos mais fortes. Estávamos em uma onda de espasmos. Nossos gemidos estavam muito breves e não demorou muito para o orgasmo.
Ficamos parados arfantes - seu membro ainda dentro de mim – até nossas respirações se acalmarem.
- Se empolgou hein... – comentou sorrindo ainda com a respiração pesada.
Sorri sacana pra ele e beijei-o saindo de seu membro.
É... Parece que não fui o ativo hoje... Mas terei muitas oportunidades.
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Caminhava pela casa apenas de boxer, e o Sasuke vestia uma calça de moletom. Estava no banheiro escovando os dentes e o Sasuke na sala vendo algum programa na TV.
Eu cantarolava uma música com a escova na boca quando ouvi o barulho da campainha tocando, e rapidamente fechei a porta. Não seria legal se me visse apenas de boxer no banheiro com a porta aberta...
Ouvi vozes pela casa e o Sasuke brigando com alguém. Assim que a pessoa falou novamente reconheci quem era.
Sakura.
Abri a porta sem me importar de como estava vestido e vi a Sakura parada em frente a porta da cozinha.
- Sakura... O que faz aqui? – perguntei confuso.
- Vim te ver... – sorriu pra mim e veio me abraçando. No começo do corredor estava Sasuke escorado na parede e me olhando. Fiz sinal pra ele de que não estava entendendo e ele bufou e voltou pra sala.
A afastei de mim e olhei em seus olhos. Ela sorria de orelha a orelha enquanto tentava me abraçar novamente.
- O que você quer? – perguntei um pouco frio.
- Oras... Queria ver você... – disse se aproximando aos poucos de mim e esfregando suas mãos pelo meu corpo – Me deu aquele fora ontem, mas eu te perdôo por isso. Meus pais saíram e queria ver se você não tava a fim de dar uma volta comigo... Passear até meu quarto...
Sorri safado pra ela – É mesmo? E como conseguiu me encontrar aqui?
Ela sorriu satisfeita – Passei na sua casa e seu pai me disse que estava morando com um amigo, e me deu o endereço. Só não imaginava que esse amigo seria o Sasuke. Vocês nunca se deram bem...
- Pois é nee, mas, como pode ver, estou morando aqui com ele. – nossas bocas estavam próximas e eu sorria pra ela.
Ela sorria toda boba pra mim – E então...? Vai querer ir lá em casa?
Acariciei seu rosto e depois desmanchei o sorriso.
- O dia que eu quiser uma foda eu vou atrás de você Sakura. Mas agora, não sei se percebeu, estou ocupado.
- Mas você estava no banheiro... – tentou entender, mas ela devia estar tão chocada com a minha rejeição que nem estava conseguindo pensar direito.
- E daí? – perguntei grosso – A vida é minha e você não tem nada a ver com ela, e se puder fazer a gentileza... – disse apontando pra saída.
Ela me olhou com ódio – Eu estava disposta a esquecer o que você tinha me dito ontem e te dar a oportunidade de se desculpar, mas já que isso não foi possível... – deu as costas e foi caminhando até a saída, mas antes que sumisse do meu campo de visão ela se virou – É a última vez que irei repetir isto... Você vai se arrepender por isso.
Foi embora apressada e não demorou eu ouvi o estrondo da porta batendo.
Garota idiota.
Ia voltar pro banheiro quando Sasuke apareceu na minha frente, com as sobrancelhas erguidas fitava-me curioso.
- O que foi? – perguntei sem entender.
- Nada... – disse-me com um sorriso torto nos lábios.
Ri debochado dele e fui pro meu quarto colocar alguma roupa antes que mais alguma visita indesejada viesse perturbar.
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Estávamos nos arrumando pra ir pra escola. O dia todo ficamos nos agarrando pela casa e demos a sorte de ninguém mais ter aparecido.
Sasuke parecia estar muito feliz pelo fora que dei na Sakura. Nunca o tinha visto de tanto bom humor.
Quando íamos sair de casa ele me chamou:
- Espere. – veio até mim sorrindo divertido – Não ia sair sem me dar um beijo antes não é? Sabe que lá não poderemos fazer isso...
Sorri pra ele colei nossos corpos beijando-o calmamente, e para aproveitar o momento mordi seu lábio inferior.
E foi muito bom fazer isso.
Ele ia abrir a porta quando segurei seu braço – Antes... Gostaria de te fazer uma pergunta... – ele parou e ficou me olhando intrigado enquanto eu mordia o beiço incerto – Você... Você é gay?
- Ele riu divertido. Tipo... Gargalhou mesmo.
- Não percebeu ainda? – perguntou sarcástico – Mesmo depois do que fizemos você me pergunta isso?
Fiquei um pouco sem jeito – Você não me entendeu... Poderia muito bem ser Bi...
- Ah... Entendi. – cortou-me – Não se preocupe... Pode deixar que não irei te trair com mulher alguma. – selou nossos lábios, e... Não sou nenhum boiola, nem nada, mas sua resposta me confortou um pouco – Agora podemos ir? Se não vamos chegar atrasados.
Assenti e ele abriu a porta me dando passagem.
Descemos a garagem até o carro e ele abriu a porta pra eu entrar. Não conhecia esse lado cavalheiro dele... Deu a volta no carro, e assim que entrou deu a partida.
Em menos de dez minutos estávamos em frente a escola, o portão não estava aberto ainda e tinha poucos alunos ali na frente.
- Se soubesse que chegaríamos cedo demais teria aproveitado mais tempo com você em casa. – sussurrou pra mim antes de sair do carro. Eu abri a porta do meu lado e permaneci sentado enquanto ele dava a volta e parava ao meu lado escorado em seu porsche.
Conforme o tempo passava ia chegando mais gente, e muitos ainda estavam intrigados com nossa repentina amizade. Mas não ligávamos pra eles e continuávamos conversando.
Quando Gaara chegou olhou em nossa direção. Eu o vi parado e quando fui chamá-lo, apenas deu as costas e foi embora. Eu fiquei sem entender nada. Sasuke o olhava sério, mas logo comentou alguma coisa e eu acabei me distraindo.
Ouvimos o som do sinal tocando e me levantei do banco fechando a porta logo em seguida. Ia caminhar até a entrada quando ele segurou minha mão.
- Gostaria de te pedir uma coisa... Não fique sozinho com o Gaara. – eu ia contrariá-lo, mas ele me cortou – Sei que ele é seu amigo, mas é mais precaução minha... Eu... Não gosto do jeito que ele te olha. – disse tudo isso olhando tão profundamente em meus olhos que na hora não tive coragem de recusar.
Joguei minha mochila nas costas e segui meu caminho pela escola. Encontrei alguns amigos meus pelo caminho que me cumprimentaram e alguns outros perguntaram sobre minha amizade com Sasuke. Não dei muitos detalhes omitindo o fato de estarmos morando juntos e caminhei com eles até a sala.
Ao lado da porta estava a rosada, com as mãos nas costas, escorada na parede e assim que me viu veio em minha direção.
- Posso falar com você? – perguntou, e quando fui enxotá-la ela foi mais rápido – Serei breve.
Assenti e meus amigos se afastaram para nos dar mais privacidade.
- O que foi agora? Vai fazer mais alguma ameaça? – perguntei irônico.
- Não... Eu estive pensando e... Não estou mais interessada em você. – dizia calmamente andando ao meu redor – Percebi que tinha caras melhores com quem eu posso ficar. E também vá lá... Você não é grande coisa.
Bufei irritado. Ela realmente me chamou pra dizer esse monte de ladainha? Revirei os olhos e esperei que ela terminasse.
- Hoje quando fui na sua casa vi algo muito melhor...
- O Sasuke? – perguntei me segurando pra não rir. Ele tinha acabado de me dizer que não gostava da fruta – Haha... Só pode estar brincando. E por que você acha que ele vai querer alguma coisa com você?
- Eu farei ele querer.
Ri debochado. E quando olhei pra frente vi ele no fim do corredor. Acenei pra ele para que viesse até onde eu estava. Queria rir junto com ele.
Ela me viu olhando pras suas costas e se virou também, e assim que o viu foi praticamente correndo em sua direção se jogando em seus braços roubando-lhe um beijo.
Por essa eu não esperava...
QUEM ESSA VADIA PENSA QUE É?
Continua...
