quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Cap. 01


Junjou Romântica

Autora: Mizu-sama

Betagem: Deida-sama

Cap. 01

Eram nove horas da manhã e eu já estava louco de raiva!

Doido... Estava a ponto de matar um! Não... Eu ia matar um! Espera só aquele amarelo, antipático, nojento, filho da puta de beira de estrada... Espera só ele aparecer na minha frente... Eu mato ele... Ah se mato!

Andava tão concentrado bolando um plano perfeito para matar Itachi que nem percebi que estava ficando cada vez mais próximo do apartamento... Lugar onde eu preferia chamar de Inferno! Sim. Inferno. Não havia palavra melhor para descrever aquele lugar! Eu estava prestes a descer dos céus, que era a minha casa, com o meu quarto, minhas coisas, para ir morar num lugar onde provavelmente transformaria minha vida num inferno, na verdade, na minha cabeça, aquele lugar já era o inferno... A casa do Sasuke.

Sim... Uchiha Sasuke.

Um moleque desprezível, arrogante, nojento, antipático, antissocial e fedido!... Tá o fedido é brincadeira... Mas todo o resto é a mais pura verdade. Odeio aquela criatura desde que me entendo por gente... E não sei por que CACETES eu estava indo morar com aquele... Troço... É... Troço!

Maldita hora em que Itachi apareceu em casa para conversar com meu pai... Sim, aquele fudido do Uchiha. Se acha o tal só porque tem um monte de garota que cai matando em cima dele. Não sei o que elas veem nele... Pra mim ele é igual ao irmão... Hipócritas e nojentos... Ele tem cabelos negros presos num rabo-de-cavalo baixo e olhos de mesma cor, mas a única diferença entre ele e o irmão era a idade e o fato de que o cabelo de Sasuke era mais curto e espetado. Mas eu não me conformo com uma coisa... Porque raios ele tinha que dizer pro meu pai que minhas notas estavam baixas? O que custava ele ficar na dele e pronto...?

Iria ficar todo mundo bem, não iria haver homicídios e todos sorririam felizes no final! Mas não, aquela porra tinha que abrir a boca e fazer minha caveira pro meu pai! E ainda jogar na minha cara que o Sasuke era melhor do que eu!

Puta que pariu!

PUTA QUE PARIU!

O fato é o seguinte. Minhas notas não estavam lá nas nuvens, mas dava pra agüentar até o final do ano sossegado... Mas ele queria que minhas notas fossem perfeitinhas, igual ao boletim imaculado e azulzinho do irmãozinho perfeito dele. Caralho! O que eu tinha haver com isso?

Tudo bem que Itachi e meu pai sempre foram muito amigos, e Itachi como meu professor queria que eu fosse bom. Até ouvi um dia meu pai conversando com ele dizendo que seu sonho era que eu seguisse seus passos e me tornasse um bom professor... Mas... Na boa... Ele pirou! Pirou total! Ah... Eu... Professor? Oh piadinha boa né...!

Fala sério cara... Como pode?! Ninguém nunca percebeu que eu nasci pra brilhar nos palcos? Será que ando tão difícil assim!? Porra, eu passo vinte e quatro horas tocando guitarra e compondo novas melodias e ninguém se toca? Ta... Eu confesso que é por isso que minhas notas estão baixas... Mas pra quê estudos quando se vai ser um astro do rock? Sid Vicious¹ estudou até o ginásio e era um exemplo de baixista. E porque eu não podia me dar bem como guitarrista e tinha que fazer faculdade? Merda! Mil vezes merda!

Aaahhh... Eu queria morrer... Andava pensando seriamente em me jogar na frente do caminhão que passava por ali no momento enquanto eu atravessava a rua, em frente ao prédio onde o Teme morava... Se me jogar na frente do caminhão fizesse com que eu não chegasse ali seria ótimo. Mas não...! Eu tinha uma vingança à por em pratica! Seria um grande desperdício acabar com minha vida assim, tão facialmente, sem antes ter minha vingança! Não iria dar esse luxo à Itachi!

Assim que atravessei a rua olhei para o prédio onde iria morar a partir daquele dia e respirei bem fundo. Era um edifício preto, e pelo tamanho das sacadas, já dava para imaginar o tamanho dos apartamentos.

Eu entrei no prédio atravessando a porta de vidro automática. Era bem bonito lá dentro, as paredes eram pintadas em azul-marinho, o chão era coberto por um tapete vermelho e num canto haviam dois grandes sofás brancos com uma simples e pequena mesa entre eles, nas paredes onde haviam os sofás havia um enorme espelhos refletindo a recepção que era do lado da porta e se eu seguisse em frente chegaria aos três elevadores que haviam ali. Caminhei em direção a recepção para pedir informações sobre o apartamento do Teme.

- Com licença...! – falei para o homem que estava de costas para mim. Ele se virou e me fitou com certa curiosidade.

Aparentava ter uns trinta e poucos anos, tinha os cabelos castanhos presos num rabo-de-cavalo alto e olhos de mesma cor. Tinha uma cicatriz no seu nariz, imaginava como a teria conseguido...

- Posso ajudá-lo? – perguntou ele.

- Ah, sim. Meu nome é Uzumaki Naruto e graças a Itachi irei morar no apartamento do querido irmãozinho dele... – falei com sarcasmo.

- Ah, sim... Ele deixou as chaves do apartamento aqui! – respondeu ele ignorando o desprezo em minha voz. Pelo visto ele também não gostava tanto assim dos Uchihas, para não se importar com o meu tom... Ele pegou a chave do apartamento e me entregou – É no vigésimo andar, no número dois mil.

- Dois mil? – perguntei erguendo as sobrancelhas, surpreso. Puta que o pariu. Além de morar num apartamento mó chique, ainda mora no último andar. Eu mereço. É agora que ele pega no meu pé mesmo... Peguei a chave - Obrigado! – respondi e em seguida me virei indo em direção ao elevador.

O prédio não era muito longe da escola. Na verdade era até mais perto do que minha própria casa.

Chamei o elevador e não demorou muito para ele chegar. Entrei e apertei o último botão. Estava agradecido por meu pai dizer que traria minhas coisas depois. Demoraria mais ainda se as tivesse trazido comigo.

A porta do elevador se abriu e olhei em volta vendo um enorme corredor. Os números eram crescentes da esquerda para direita, fazendo caminhar em direção ao lado direito onde havia o apartamento de número dois mil.

Peguei a chave e abri a porta. O apartamento era enorme, maior do que eu imaginara. O primeiro cômodo, assim como a maioria das casas, era a sala. No lado direito da porta havia um sofá branco de três lugares num canto, em frente a uma estante preta não muito grande encostada a parede e uma TV de tela plana de trinta e nove polegadas em cima, numa fina gaveta logo embaixo dava para ver um aparelho de DVD sendo que embaixo haviam variados filmes de vários gêneros. Entre o sofá e a estante havia uma pequena mesa de centro de madeira sobre um tapete branco e peludo. Na parede ao lado esquerda da porta eu podia ver a porta que dava na sacada que havia visto do lado de faro, tinha uma cortina branco de um tecido que parecia fino e haviam dois vasos, um de cada lado da porta. Em frente a porta, no fundo da sala, havia uma mesa retangular com seis lugares, me fazendo imaginar pra que tantos se só morava apenas uma pessoa na casa, era meio irônico... Na parede, em frente, havia um quadro com uma paisagem, um mar com águas bem verdes e no fundo haviam várias montanhas escondendo um pôr-do-sol. Até que ele tinha bom gosto para decoração, se é que tinha sido ele quem escolheu tudo isso...

No lado havia um corredor onde eu caminhei e vi que tinha quatro portas, duas do lado esquerdo, uma do lado direito e mais uma no fim do corredor. A primeira do lado esquerdo, eu tentei abrir, mas vi que estava trancada, devia ser o quarto dele. A segunda era um quarto não muito grande com uma cama de solteiro, um guardarroupa e um criado mudo do lado da cama. A porta do lado direito era a cozinha, era um pouco maior do que a sala, as paredes eram todas cobertas por armários embutidos, eles eram pretos com detalhes brancos. Havia uma geladeira branca do lado esquerdo e do direito havia um fogão preto com uma grande pia do lado. No fundo havia mais uma porta onde eu descobri a área de serviço com uma máquina de lavar e um tanque. Voltei e fui ver o que havia na última porta do corredor. Descobri um enorme banheiro, num canto havia um Box com um vaso sanitário do lado e uma pia com um espelho em cima, no outro havia uma banheira não muito grande, mas caberiam umas duas pessoas dentro.

Resolvi voltar e entrei no segundo quarto que havia encontrado e indo em direção a cama, sentei-me nela, era bem macia, perfeita para mim. Deitei e fiquei pensando em como seria minha vida morando com aquele infeliz... O Itachi me paga... Mas acho que vou aproveitar um pouco dessa hospitalidade... Vou transformar a vida dele num inferno!!! Pelo menos uma coisa a que posso me confortar...

Enquanto pensava, não sei quando, mas cai no sono. Acordei com um forte empurrão no meu braço. Alguém estava me empurrando. Mas que saco... Nem aqui eu posso dormir... Já não basta meu pai pegando no meu pé em casa...

- O que é? – perguntei firme e grosso, ainda sem abrir os olhos para quem quer que fosse que estivesse me chamando.

- Acorda seu imbecil! O que está fazendo na minha casa?

Aquela voz? Não acredito nisso... O que esse infeliz está me infernizando já?

- Ah, não me enche... Vai encher o saco do seu irmão! – respondi virando para o lado novamente.

- Meu irmão? – perguntou parecendo um pouco surpreso – O que tem meu irmão a ver com o fato de você estar aqui?

- Caralho! Haja paciência... Teu irmão não falou, não? Por culpa dele eu vou morar aqui com você. Então vai infernizar aquele traste e me deixe em paz! – respondei agora quase berrando e me sentando na cama.

- Por que meu irmão faria isso? – seu tom de voz agora parecia estar raivoso. Tão pouco me importei...

- Para acabar com a minha vida só se for. Disse para meu pai me deixar morar aqui com você para me ajudar na escola... Como se eu quisesse sua ajuda...

- Não acredito nisso...! Agora ele passou dos limites...! Eu mato ele... Definitivamente eu mato ele!!!

- Posso te ajudar nisso? – perguntei adorando a ideia de ter uma ajuda para bater naquele desgraçado. Até que ele me serviria de alguma coisa.

- Desde que não me atrapalhe... – respondeu ele ríspido.

- Desde que eu tire bom proveito da situação e me vingue até me sentir satisfeito, estou de acordo!

- OK! – respondeu ele se virando em direção a porta, mas antes que saísse ele virou a cabeça em minha direção – A propósito, suas coisas chegaram... Pra que tudo aquilo?

- Espera... Por que meu pai não falou comigo? – perguntei a ele.

- Eu vou saber... Nem foi ele quem trouxe as coisas... Ah, antes que eu me esqueça... Você não vai tocar aquela merda aqui no meu apartamento. – em seguida saiu.

- Quero ver se não vou... – falei baixo sorrindo para porta – Obrigado pela dica idiota.

Levantei e fui até a sala pegar minhas coisas que estavam perto da porta. Vi que minha guitarra e minha caixa de som estavam do lado também. Peguei minhas coisas levando-as em duas viagens até o quarto e as deixando num canto. Olhei meu relógio de pulso e...

- Puta, que merda!!! Já tá tarde! Que saco, não acredito que tenha dormido tanto! Que raiva...

Peguei as primeiras roupas que encontrei dentro das minhas malas e pegando meu uniforme, fui até o banheiro. Cheguei à porta e quando ia abrir estava trancada...

- Caralho Sasuke, abre essa porta, dá muito bem pra dois tomar banho aí nesse banheiro! – chamei batendo na porta. Ouvia o barulho da água da banheira caindo no chão, por que ele não podia deixar a porta aberta pra mim ir pro Box? – AAAhh Sasuke, abre essa pôrra logo!

- Não enche Naruto! Tomasse banho antes! Agora vá a merda e me deixe em paz!

- Inferno! – rosnei e dei um chute na porta – Eu vou matar o Itachi, olha a roubada em que ele me meteu...

Caminhei até a cozinha e fiquei lá esperando até que o infeliz destrancar a porta. Demorou uns dez minutos no banheiro para finalmente sair. Entrei correndo e fui direto para o Box tomar um banho rápido, não tinha tempo de aproveitar a banheira, por mais que eu quisesse. Me troquei lá mesmo. Fui para o quarto, arrumei minha mochila e quando saí do quarto encontrei Sasuke sentado no sofá. Ele parecia estar tranqüilo e nem um pouco preocupado com o fato de entrarmos na aula em vinte minutos.

- Vai ficar aí, o Teme?

Ele me olhou com desprezo e por um momento achei que ele não falaria nada.

- Eu vou de carro imbecil, por acaso você nunca viu que eu tenho um carro e vou com ele pra escola?

- Carro? – perguntei surpreso. Realmente nunca tinha reparado que ele tinha um carro, mas na verdade nunca me importei - Por que não falou logo? Então não tinha porque eu correr...

- Você não está pensando que eu vou te levar né... Não mesmo! – ele falou me cortando.

- Por que não?

- Por que eu levaria? Se quer carona pra escola peça pro meu irmão...

- Não acredito nisso... Você vai me negar uma carona? É o mesmo caminho, estudamos na mesma sala...

- Exatamente! Não quero que ninguém me veja com você, vai queimar minha reputação.

- Ok! Também não quero que ninguém me veja com você, então simplesmente me deixa próximo a escola, ninguém vai ver.

Ele me olhou pensativo por um momento e depois desligou a TV.

- Ok! Vamos logo. – respondeu se levantando e indo em direção a porta – Mas se alguém me vir com você eu juro que te mato.

Fomos até a garagem e eu vi um porche preto. Ele desligou o alarme, entrou e abrindo a porta do carona para mim e falou com a mão na porta ainda:

- Entra logo antes que eu mude de ideia!

Eu entrei e fechei a porta ao meu lado. Não queria ficar pra trás e chagar atrasado. Tudo bem que não me importo, mas me ferro depois, então é melhor chegar na hora. Ele ligou o carro e saiu da garagem em direção a escola.

No caminho não dissemos nada até estarmos próximos a escola e ele querer me expulsar de seu carro.

- Acho que você já pode descer. Tem poucas pessoas aqui e já estamos próximos o suficiente da escola, eu não vou chegar mais perto com você dentro do meu carro.

- Tudo bem! – respondi abrindo a porta – Mas eu vou querer carona amanhã...

- Nem morto! – ele respondeu num rosnado me encarando – Agora sai logo pra mim poder entrar na escola.

Eu fechei a porta assim que sai e comecei a andar até entrada da escola. Assim que entrei na escola encontrei meu velho amigo de infância. Gaara. Era um garoto com cabelos ruivos e olhos verdes, era de dar inveja já que qualquer garota morreria por ele, exceto pelo fato de que ele realmente não era de se enturmar. Mas eu também tinha meus charmes, meus olhos azuis faziam qualquer garota se derreter por mim.

- E aí Gaara... Tudo bem com você cara? – perguntei a ele assim que me aproximei mais.

- Vou bem. E você? – ele perguntou enquanto voltava a andar até a sala.

- Eu não poço dizer o mesmo... Minha vida virou um inferno. Você nem imagina o que me aconteceu... – eu falava, mas quando eu entrei na sala e vi aquele fudido do Itachi – Ahhh, eu vou matar aquele desgraçado...

- Você não vai fazer nada! – falou alguém atrás de mim, mas eu já sabia quem era, sabia de quem era aquela voz insuportável.

- Por que não? Você também falou que ia me ajudar a acabar com ele...

- Mas não aqui idiota. Estamos na escola. Quem você acha que vai se dar mal aqui? Vê se pensa um pouco antes de querer fazer as coisas. – falou Sasuke e em seguida passou na minha frente e foi em direção a Itachi, disse alguma coisa e depois foi para o seu lugar com sua cara de rabugento como sempre...

- Idiota! – falei e em seguida entrei também sendo seguido por Gaara.

- O que aconteceu para você ouvir o Sasuke? Você nunca gostou dele e muito menos o ouviu. O que foi isso agora a pouco?

- Depois eu te conto. É uma longa história... Mas não é nada que eu poça me orgulhar em dizer...

- Hum... OK. Então depois você me conta que o Itachi já está nos olhando feio. Não que eu me importe, mas isso é realmente um saco...

As aulas estavam demorando mais do que o normal. Não aguentava mais ficar naquela sala. Eu queria resolver a minha situação. Não queria ficar morando com Sasuke por mais tempo. Pareceu que tinha passado uma eternidade quando finalmente chegou a hora do intervalo. Caminhei com Gaara para fora e comei a lhe contar o que estava acontecendo.

- Mas, pode ser que isso seja bom. Quem sabe você até não se tornam mais toleráveis... – falava Gaara, mas logo o cortei.

- Se eu quisesse me dar bem com ele eu já teria dado, mas... sabe quando o Santo não bate...? Pois então... Essa é a nossa situação.

- Mas bem que você poderia tentar né... – insistia ele.

- Vou pensar no assunto Ok? Agora vamos mudar de assunto que isso já está me enchendo... Sem falar que eu to louco pra matar o Itachi. Custa acreditar que aquele Filho da Puta fez isso comigo...

Gaara apenas revirou os olhos, sua expressão séria como sempre, mas eu sabia que ele estava se divertindo por dentro.

As aulas demoraram mais um pouco para acabar, o que não foi nem um pouco favorável para mim. Mas quando acabaram me senti livre e podia finalmente ir embora.

Comecei a caminhar em direção a saída. Estava pensando na conversa que tivera com Gaara e considerando a hipótese de eu me dar melhor com o Teme. Assim que o vi na minha frente logo me aproximei e comecei a falar:

- Ei, Teme... – o chamei hora que eu estava mais perto dele, não queria que ninguém me ouvisse falando com ele.

- O que é Dobe? – perguntou ele bufando – Fala logo que estou compressa.

- Pressa por quê? Eu só quero uma carona de volta. – Não era bem uma aproximação, era mais uma vantagem que queria ter para poder pegar uma carona e já que ele tinha um carro e infelizmente eu estava morando junto com ele, não custava nada tirar proveito de certas situações...

Ele bufou mais uma vez, mas cedeu.

- OK. Vamos logo. O Itachi vai lá e eu vou querer ajuda para me vingar dele.

- Perfeito! – disse com um sorriso – Sabe... De certa forma estou começando a me acostumar com essa sua sede de vingança, desde que não seja contra mim eu vou adorar te ajudar.

- Posso pensar nessa sua proposta... Agora vamos logo.

Nós fomos até a garagem para pegar o carro, não estávamos mais preocupados com os outros, apenas com nossa vingança, que se danem as outras pessoas. Entramos no carro e ele deu a partida.

Assim como na vinda, não conversamos na ida e tão pouco eu me importei com isso. Chegamos ao prédio e fomos direto para o apartamento. Pegamos o elevador e em cinco minutos já estávamos lá.

- Que horas ele vai vir? – perguntei assim que entramos.

- Sei lá, acho que daqui a pouco. Ele falou que assim que fizesse algumas coisas passava aqui. Agora vê se não me enche até ele chegar. Sério, eu não agüento ouvir a sua voz...

- Olha, eu estou tentando amenizar o nosso relacionamento, senão não vai ter condições de eu ficar aqui por muito tempo.

- Ótimo! Assim eu já me livro de você de uma vez.

Ele foi até a cozinha e assim que ele sumiu na curva do corredor eu ouvi o barulho da porta da sala se abrindo novamente e quando eu olho, vejo o meu objeto de vingança passando por ela.

- Eu mato você desgraçado! – rosnei para Itachi quando ele passou pela porta.

Sasuke voltou da cozinha com um copo de água nas mãos, mas quando viu Itachi colocou o copo de qualquer jeito na mesa e foi bater de frente com ele.

- O que você tem na cabeça fazendo esse idiota vir morar comigo?

- É! O que você tem na cabeça de me fazer vir morar com ele?

- Nem nega que é idiota... – falou Itachi.

- Isso não vem ao caso... Agora explique-se. – falou Sasuke chamando a atenção dele.

- Bom... Eu pensei que já que vocês não se entendem desde pequenos eu devia dar um empurrãozinho para você se tornarem mais próximos...

- Mas eu não quero me tornar mais próximo dele... – falei quase berrando.

- Muito menos eu... – respondeu Sasuke no mesmo tom.

- Se eu fosse você não ficaria gritando a essa hora da noite. Os vizinhos vão vir reclamar... – falou Itachi numa voz baixa e despreocupada.

- Estou pouco me lixando com os vizinhos. Eles que se danem... Quero que você arrume um jeito de tirá-lo daqui. Leva ele pra sua casa e não pra vir aqui me encher o saco. – esbravejou Sasuke.

- Não seja tão insensível... E, além disso, eu vou dormir aqui hoje. – falou Itachi.

- Ta brincando né...? Você está pedindo pra morrer hoje... – falou Sasuke com sarcasmo – E onde a madame pretende dormir?

- No quarto de hóspedes é claro.

- Pirou né? E por que você acha que vai dormir lá? Onde você pensa que ‘eu’ vou dormir? – perguntei dando ênfase ao ‘Eu’. Ele realmente estava querendo morrer – O Máximo que vai conseguir é o sofá. Eu não vou sair de lá. Não mesmo.

- Ah, que isso... É só por uma noite. Não vou morar aqui.

- Graças a Deus, eu é que não quero mais um intruso no meu apartamento...

- Caralho... Por que não vai pra sua casa então? Você não vai me tirar daquele quarto a não ser que seja pra eu voltar pra minha casa. E como você disse: “É só por uma noite...” O que custa dormir no sofá? – perguntei me vingando. Eu já estava fulo da vida. Essa besta quadrada está adorando infernizar a minha vida.

- Ah. Como vocês são ruins. Eu nunca venho aqui e quando venho sou tratado com quatro pedras na mão. Nem parece que somos irmãos Sasuke.

- Não enche Itachi. – falou Sasuke – Quer saber... Dorme aqui tá, mas desde que não me encha o saco e não invente nunca mais de querer dormir aqui.

- O que? Mas e eu? Vou dormir onde?

- No quarto do Sasuke é claro! – falou Itachi.

- O que? Nem morto. Ele que durma no sofá. Não vai fazer a menor diferença pra mim...

Aquela conversa já estava me enchendo... Por que aquele Filho da Puta tinha que inventar de dormir lá? Caralho.

- É só abrir aquela cama que tem embaixo da sua que ele dorme lá. Não custa nada você fazer isso por uma noite... – Itachi já estava passando dos limites. Eu não estava acreditando naquilo. Cada vez que ele falava abria ainda mais o sorriso sarcástico dele. Dava pra ver de longe que ele estava adorando aquela situação me colocando contra parede. Mas eu ainda vou curtir muito com essa cara de cretino dele.

- Muito bem... Eu durmo lá... Mas saiba de uma coisa... Vai ter volta. – ameacei apontando o dedo indicador na sua cara.

- O que? Você não vai dormir no meu quarto, mas nem...

- Claro que vou. Se não gosta durma você no sofá. – eu estava fulo da vida. Se não bastasse ter que morar no apartamento de Sasuke, ainda vou ter que dormir no quarto dele...

E fui pro quarto de hóspedes e trocando de roupa, colocando apenas uma bermuda peguei meu travesseiro e fui para o quarto de Sasuke. Estava cansado já daquilo tudo. Puxei a cama debaixo da de Sasuke, forrei um lençol e me deitei na cama sem nem ao menos me preocupar com o fato de que estava descoberto com o peito nu, queria apenas dormir. Não sei quando ele veio para o quarto ou que horas eram, só sei que não demorou muito, senti alguma coisa caindo ao meu lado. Era um corpo. O corpo de Sasuke.



Continua...